domingo, 30 de outubro de 2011

Pedagogia do Elearning - Notas Introdutórias


A Pedagogia do eLearning éestudo e aplicação das Teorias de Educação tendo como objectivo, criar ambientes e contextos de Aprendizagem, no domínio do eLearning.
Dito isto, é importante situar a Pedagogia do eLearning dentro do ambiente que a enforma.
Temos como claro que a Pedagogia do eLearning, é uma "evolução" da )conceito elearning) EaD, visto ser obviamente um produto e/ou sub-produto de diversos anos de evolução da EaD, desde os conteúdos transmitidos via postal, até interacções telefónicas, passando naturalmente (à medida que a tecnologia o permitia) para formas cada vez mais interactivas e proporcionando liberdade (de escolha, de método e de aprendizagem) aos alunos de forma individual, podendo (os alunos) obter uma maior independência, liberdade no que aprendiam/aprendem, obtendo por isso um real controlo sob a sua própria aprendizagem (estabelecendo um novo paradigma de ensino/aprendizagem) gerando com essas novas interacções, novas aprendizagem, novos estímulos.
Por tudo isto é importante ressaltar e fazer uma breve resenha teórica das teorias de aprendizagem utilizadas, suas características, forças e fraquezas para que possamos compreender correctamente, o que elas envolvem e a sua aplicabilidade.
No seguimento desta evolução, Anderson situa três etapas nucleares da EaD:


1 - Cognitivo – Behaviorismo (Passado)



Esta teoria/abordagem é uma das primeiras formas de aprendizagem através do ensino independente à distância e é utilizada actualmente em programas de formação, onde a aprendizagem é orientada para o conteúdo (e não para o aluno).
As teorias comportamentais entendem o aluno como um ser que responde a estímulos do meio exterior. Esta teoria/abordagem centra-se na aquisição directa de conhecimento, com resultados perfeitamente observáveis e mensuráveis. Necessita de uma orientação/acompanhamento, bastante estruturada, para guiar os alunos pelo processo de aprendizagem (ensino independente).


2 - Sócio – Construtivismo (Presente)


Incrivelmente potenciada nos últimos anos, dados os avanços tecnológicos e possibilidades/capacidades da tecnologia no “aumento” exponencial das interacções entre todos os envolvidos no processo de aprendizagem (e não só – p.e. – divulgação/publicação de conteúdos, redes que geram conexões ricas, síncronas e assíncronas, proporcionando o debate de ideias, divulgação de material e experiências).

Esta teoria foca a inte­rac­ção, pois toda a apren­di­zagem é neces­sa­ria­mente ­mediada.  A apren­di­zagem não se subor­dina ao desen­vol­vi­mento das estru­tu­ras inte­lec­tuais, mas um ali­menta-se do outro, pro­vo­cando sal­tos qua­li­ta­ti­vos de conhe­ci­mento. O ensino deve-se ante­ci­par ao que o aluno ainda não sabe nem é capaz de apren­der sozinho.

O foco da aprendizagem está na inte­rac­ção. É na rela­ção aluno-pro­fes­sor e aluno-aluno que se pro­duz o conhe­ci­mento. O professor actua como um media­dor entre o aluno, os conhe­ci­men­tos que este pos­sui e o mundo.

Desta forma, o pro­fes­sor pro­põe tare­fas que desa­fiam os alu­nos. Erros são considerados parte da aprendizagem – eles mos­tram ao pro­fes­sor como o aluno está a processar a informação disponível e a forma de lidar com a mesma..

Esta teoria coloca ênfase na importância da comunicação e da interacção para aprendizagens de qualidade, enriquecedoras e válidas. Remete-nos para a componente social da aprendizagem e a influência/impacto do que foi aprendido anteriormente terá nas novas aprendizagens. Observa-se a aprendizagem como um processo activo e o contexto em que é desenvolvido tem um papel importante, abordando o professor como um guia/facilitador da aprendizagem.


3 - Conectivismo (Futuro/Emergente)


Na actualidade tem se moldado uma nova visão do conhecimento e da aprendizagem e, cada vez mais se torna  evidente que a aquisição do conhecimento não ocorre exclusivamente por vias institucionais, conforme a perspectiva tradicional de ensino. Há uma manifesta valorização do processo de integração do modelo formal e não formal que pressupõe que a aprendizagem ocorre de maneira contínua e é inerente a nossa existência.
Nas palavras de Siemens (2004) "a tecnologia reorganizou o modo como vivemos, como comunicamos e como aprendemos" e actualmente, a aprendizagem ocorre de diferentes formas, com destaque para a aprendizagem informal através de comunidades de prática, redes pessoais e também actividades relacionadas com o trabalho.
Para além de um conteúdo estático ou mero produto a ser adquirido, para Siemens, o conhecimento na sociedade actual é um processo complexo, dinâmico e contínuo que envolve uma série de etapas preparatórias e o desenvolvimento de competências-chave, como por exemplo, a exploração de formas de aquisição da informação e a capacidade de se avaliar o valor de se aprender algo.
Apesar das "redes" estarem a ser utilizadas na aprendizagem desde a antiguidade, é com o desenvolvimento destas tecnologias de informação e comunicação, bem como pela possibilidade de integração das mesmas, que houve uma considerável  "ampliação" da sua aplicabilidade na aprendizagem.
A popularização do software social (Facebook, Twitter, LinkedIn, etc) elevou a importância das redes e transformou-as num agente de ensino/aprendizagem. Como é observado por Siemens, o conceito de redes como entendemos hoje é decorrente de fases anteriores, que perpassam pelo desenvolvimento: dos aspectos físicos e de infra-estrutura; desenvolvimento de visões teóricas e transformadoras sobre aprendizagem, conhecimento e cognição; popularização dos serviços de rede social assistidos pela tecnologia e por último a fase em que as redes são consideradas o próprio meio pelo qual o conhecimento é distribuído para atender a situações complexas (Siemens, idem).
Deste modo, e sumarizando:
Não se pretende que toda a informação “divulgada” seja memorizada/apreendida, mas que cada aluno tenha a capacidade de seleccionar e filtrar os elementos necessários à construção do seu conhecimento. Assume-se, que o aluno/estudante tem a capacidade de aceder a estas redes de informação, e que para além de consumir os conteúdos disponíveis, seja também criador e participante  na partilha e disseminação de recursos à própria rede.
No conectivismo, o “click” surge quando o aluno se conecta e fornece informação numa comunidade de aprendizagem ( Kop and Hill, 2008).

Considerações Finais

O eLearning não é mais do que a consequência natural da EaD (dados os avanços tecnológicos, que consequentemente "trouxeram" novas necessidades educativas), desde o inicio do seculo passado que se utilizam ferramentas diversas para "sustentar" a aprendizagem perante populações dispersas geograficamente, podendo dessa forma proporcionar aprendizagens consideráveis a quem delas necessitasse e/ou procurasse. Nessa altura, era utilizado sobretudo a via postal, pois era a única forma eficiente de comunicar, neste caso, de transmitir conhecimentos e/ou aprender.
Em seguida, com o advento do telefone conseguiu-se proporcionar mais um salto qualitativo neste "degrau educativo", em que poderia haver uma interacção síncrona com um tutor/professor com o/os respectivos alunos.
Nesta altura, e passados tantos anos, com todos nós ligados em rede, através da internet (tecnologia), que nos permite aceder a rede (s) de conhecimento, conteúdos, materiais em tempo real, bem como discutir de forma síncrona e/ou assíncrona com pares, professores e/ou simplesmente "interessados" acerca de qualquer tópico, subimos (quase diariamente) novos degraus na experiência educativa,  como o ciclo de vida do conhecimento reduz-se cada vez mais, e cada vez mais é discutido/debatido cada nova produção, levando-nos a obter experiências de aprendizagem cada vez mais rápidas e ricas, necessitando de novas competências de selecção e /ou mediação devido ao facto da (cada vez mais) rápida produção de conhecimentos/estímulos.
Desta forma, a Pedagogia do eLearning (através de modelos estruturados), procura, com a ajuda das teorias de aprendizagem, aceder/compreender em que estágio (nível de compreensão, propósitos..) estará cada um dos alunos, de forma a poder adequar a facilitação e/ou direccionar a aprendizagem para as competências que realmente cada um dos alunos tem, e poderá (em dada altura) compreender, e com esta adequação, pretende-se que o material disponibilizado a cada um dos alunos, seja determinante para o seu desenvolvimento, mas que não o exacerbe (por excesso de informação ou porque em determinada altura não estava pronto a compreende-la), mas , sim que o motive, que o "espicace" para pesquisar cada vez mais, para procurar a informação de que realmente necessita, tendo como certo, que nunca poderemos saber tudo sobre determinado assunto, mas que poderemos ter a "noção" de quando devemos aprofundar os conhecimentos, bem como quando devemos investigar mais acerca de determinado tema.

Referências
- Anderson, Terry & Dron, Jon (2011). Three generations of distance education pedagogy. IRRODL

http://www.irrodl.org/index.php/irrodl/article/view/890.

- Anderson, Terry (2010). Three Generations of Distance Education Pedagogy. IRRODL. [Elluminate Recording, Powerpoint Presentation & MP3 Recording].

http://www.irrodl.org/index.php/irrodl/article/viewArticle/865/1551.


- Connole, Grainne (2011). Review of Pedagogical Models And Their Use In Elearning

http://www.slideshare.net/grainne/pedagogical-models-and-their-use-in-elearning-20100304.

- Siemens, George (12-12-2004). Connectivism: A Learning Theory for the Digital Age. elearnspace.



 http://www.elearnspace.org/Articles/connectivism.htm.


- Kop, Rita & Hill, Adrian (2008). Connectivism: Learning Theory of the future or vestige of the past?


http://www.irrodl.org/index.php/irrodl/article/view/523/1103


- http://orfeu.org/weblearning20/4_2_conectivismo


- http://www.obratecnologia.com.br/obra/portfolio/guia_educacao/materia2.shtml


- http://www.nce.ufrj.br/ginape/publicacoes/trabalhos/renatomaterial/abordagens.htm


- www.etutors-portal.net


- www.hugovalentim.com


- www.saladosprofessores.ning.com/page/conectivismo-1





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