A Pedagogia do eLearning é o estudo e aplicação das Teorias de Educação tendo como
objectivo, criar ambientes e contextos de Aprendizagem, no domínio do eLearning.
Dito isto, é importante situar a Pedagogia do eLearning
dentro do ambiente que a enforma.
Temos como claro que a Pedagogia do eLearning, é uma "evolução" da )conceito elearning) EaD, visto ser obviamente um produto e/ou sub-produto de diversos anos de
evolução da EaD, desde os conteúdos transmitidos via postal, até interacções
telefónicas, passando naturalmente (à medida que a tecnologia o permitia) para
formas cada vez mais interactivas e proporcionando liberdade (de escolha, de
método e de aprendizagem) aos alunos de forma individual, podendo (os alunos)
obter uma maior independência, liberdade no que aprendiam/aprendem, obtendo por
isso um real controlo sob a sua própria aprendizagem (estabelecendo um novo
paradigma de ensino/aprendizagem) gerando com essas novas interacções, novas
aprendizagem, novos estímulos.
Por tudo isto é importante ressaltar e fazer uma breve
resenha teórica das teorias de aprendizagem utilizadas, suas características,
forças e fraquezas para que possamos compreender correctamente, o que elas
envolvem e a sua aplicabilidade.
No seguimento desta evolução, Anderson situa três etapas
nucleares da EaD:
1 - Cognitivo – Behaviorismo (Passado)
Esta
teoria/abordagem é uma das primeiras formas de aprendizagem através do ensino
independente à distância e é utilizada actualmente em programas de formação,
onde a aprendizagem é orientada para o conteúdo (e não para o aluno).
As
teorias comportamentais entendem o aluno como um ser que responde a estímulos
do meio exterior. Esta teoria/abordagem centra-se na aquisição directa de conhecimento, com resultados
perfeitamente observáveis e mensuráveis. Necessita
de uma orientação/acompanhamento, bastante estruturada, para guiar os alunos
pelo processo de aprendizagem (ensino independente).
2 - Sócio – Construtivismo (Presente)
Incrivelmente
potenciada nos últimos anos, dados os avanços tecnológicos e
possibilidades/capacidades da tecnologia no “aumento” exponencial das
interacções entre todos os envolvidos no processo de aprendizagem (e não só –
p.e. – divulgação/publicação de conteúdos, redes que geram conexões ricas, síncronas
e assíncronas, proporcionando o debate de ideias, divulgação de material e
experiências).
Esta teoria foca a interacção, pois toda a aprendizagem é necessariamente mediada. A aprendizagem não se subordina ao desenvolvimento das estruturas intelectuais, mas um alimenta-se do outro, provocando saltos qualitativos de conhecimento. O ensino deve-se antecipar ao que o aluno ainda não sabe nem é capaz de aprender sozinho.
O foco da aprendizagem está na interacção. É na relação aluno-professor e aluno-aluno que se produz o conhecimento. O professor actua como um mediador entre o aluno, os conhecimentos que este possui e o mundo.
Desta forma, o professor propõe tarefas que desafiam os alunos. Erros são considerados parte da aprendizagem – eles mostram ao professor como o aluno está a processar a informação disponível e a forma de lidar com a mesma..
Esta teoria foca a interacção, pois toda a aprendizagem é necessariamente mediada. A aprendizagem não se subordina ao desenvolvimento das estruturas intelectuais, mas um alimenta-se do outro, provocando saltos qualitativos de conhecimento. O ensino deve-se antecipar ao que o aluno ainda não sabe nem é capaz de aprender sozinho.
O foco da aprendizagem está na interacção. É na relação aluno-professor e aluno-aluno que se produz o conhecimento. O professor actua como um mediador entre o aluno, os conhecimentos que este possui e o mundo.
Desta forma, o professor propõe tarefas que desafiam os alunos. Erros são considerados parte da aprendizagem – eles mostram ao professor como o aluno está a processar a informação disponível e a forma de lidar com a mesma..
Esta teoria coloca ênfase na importância da comunicação e da
interacção para aprendizagens de qualidade, enriquecedoras e válidas.
Remete-nos para a componente social da aprendizagem e a influência/impacto do que
foi aprendido anteriormente terá nas novas aprendizagens. Observa-se a
aprendizagem como um processo activo e o contexto em que é desenvolvido tem um
papel importante, abordando o professor como um guia/facilitador da
aprendizagem.
3 - Conectivismo
(Futuro/Emergente)
Na actualidade tem se moldado uma nova visão do conhecimento
e da aprendizagem e, cada vez mais se torna evidente que a aquisição do
conhecimento não ocorre exclusivamente por vias institucionais, conforme a
perspectiva tradicional de ensino. Há uma manifesta valorização do processo de
integração do modelo formal e não formal que pressupõe que a
aprendizagem ocorre de maneira contínua e é inerente a nossa existência.
Nas palavras de Siemens (2004) "a tecnologia
reorganizou o modo como vivemos, como comunicamos e como aprendemos" e
actualmente, a aprendizagem ocorre de diferentes formas, com destaque para a
aprendizagem informal através de comunidades de prática, redes pessoais e
também actividades relacionadas com o trabalho.
Para além de um conteúdo estático ou
mero produto a ser adquirido, para Siemens, o conhecimento na sociedade actual
é um processo complexo, dinâmico e contínuo que envolve uma série de etapas
preparatórias e o desenvolvimento de competências-chave, como por exemplo, a
exploração de formas de aquisição da informação e a capacidade de se avaliar o
valor de se aprender algo.
Apesar das "redes" estarem a ser utilizadas na aprendizagem desde a antiguidade, é com o desenvolvimento destas tecnologias de informação e comunicação, bem como pela possibilidade de integração das mesmas, que houve uma considerável "ampliação" da sua aplicabilidade na aprendizagem.
A popularização do software social (Facebook,
Twitter, LinkedIn, etc) elevou a importância das redes e transformou-as num
agente de ensino/aprendizagem. Como é observado por Siemens, o conceito de redes como
entendemos hoje é decorrente de fases anteriores, que perpassam pelo desenvolvimento:
dos aspectos físicos e de infra-estrutura; desenvolvimento de visões teóricas e
transformadoras sobre aprendizagem, conhecimento e cognição; popularização dos
serviços de rede social assistidos pela tecnologia e por último a fase em que
as redes são consideradas o próprio meio pelo qual o conhecimento é distribuído
para atender a situações complexas (Siemens, idem).
Deste modo, e sumarizando:
Não se pretende que toda a informação “divulgada” seja
memorizada/apreendida, mas que cada aluno tenha a capacidade de seleccionar e
filtrar os elementos necessários à construção do seu conhecimento. Assume-se,
que o aluno/estudante tem a capacidade de aceder a estas redes de informação, e que
para além de consumir os conteúdos disponíveis, seja também criador e participante na partilha e disseminação de recursos à
própria rede.
No conectivismo, o “click” surge quando o aluno se conecta e
fornece informação numa comunidade de aprendizagem ( Kop and Hill, 2008).
Considerações Finais
O eLearning não é mais do que a consequência natural da EaD (dados os avanços tecnológicos, que consequentemente "trouxeram" novas necessidades educativas), desde o inicio do seculo passado que se utilizam ferramentas diversas para "sustentar" a aprendizagem perante populações dispersas geograficamente, podendo dessa forma proporcionar aprendizagens consideráveis a quem delas necessitasse e/ou procurasse. Nessa altura, era utilizado sobretudo a via postal, pois era a única forma eficiente de comunicar, neste caso, de transmitir conhecimentos e/ou aprender.
Em seguida, com o advento do telefone conseguiu-se proporcionar mais um salto qualitativo neste "degrau educativo", em que poderia haver uma interacção síncrona com um tutor/professor com o/os respectivos alunos.
Nesta altura, e passados tantos anos, com todos nós ligados em rede, através da internet (tecnologia), que nos permite aceder a rede (s) de conhecimento, conteúdos, materiais em tempo real, bem como discutir de forma síncrona e/ou assíncrona com pares, professores e/ou simplesmente "interessados" acerca de qualquer tópico, subimos (quase diariamente) novos degraus na experiência educativa, como o ciclo de vida do conhecimento reduz-se cada vez mais, e cada vez mais é discutido/debatido cada nova produção, levando-nos a obter experiências de aprendizagem cada vez mais rápidas e ricas, necessitando de novas competências de selecção e /ou mediação devido ao facto da (cada vez mais) rápida produção de conhecimentos/estímulos.
Desta forma, a Pedagogia do eLearning (através de modelos estruturados), procura, com a ajuda das teorias de aprendizagem, aceder/compreender em que estágio (nível de compreensão, propósitos..) estará cada um dos alunos, de forma a poder adequar a facilitação e/ou direccionar a aprendizagem para as competências que realmente cada um dos alunos tem, e poderá (em dada altura) compreender, e com esta adequação, pretende-se que o material disponibilizado a cada um dos alunos, seja determinante para o seu desenvolvimento, mas que não o exacerbe (por excesso de informação ou porque em determinada altura não estava pronto a compreende-la), mas , sim que o motive, que o "espicace" para pesquisar cada vez mais, para procurar a informação de que realmente necessita, tendo como certo, que nunca poderemos saber tudo sobre determinado assunto, mas que poderemos ter a "noção" de quando devemos aprofundar os conhecimentos, bem como quando devemos investigar mais acerca de determinado tema.
Referências
http://www.irrodl.org/index.php/irrodl/article/view/890.
- Anderson, Terry (2010). Three Generations of Distance Education Pedagogy. IRRODL. [Elluminate Recording, Powerpoint Presentation & MP3 Recording].
http://www.irrodl.org/index.php/irrodl/article/viewArticle/865/1551.
- Connole, Grainne (2011). Review of Pedagogical Models And Their Use In Elearning.
http://www.slideshare.net/grainne/pedagogical-models-and-their-use-in-elearning-20100304.
- Siemens, George (12-12-2004). Connectivism: A Learning Theory for the Digital Age. elearnspace.
http://www.elearnspace.org/Articles/connectivism.htm.
- Kop, Rita & Hill, Adrian (2008). Connectivism: Learning Theory of the future or vestige of the past?
http://www.irrodl.org/index.php/irrodl/article/view/523/1103
- http://orfeu.org/weblearning20/4_2_conectivismo
- http://www.obratecnologia.com.br/obra/portfolio/guia_educacao/materia2.shtml
- http://www.nce.ufrj.br/ginape/publicacoes/trabalhos/renatomaterial/abordagens.htm
- www.etutors-portal.net
- www.hugovalentim.com
- www.saladosprofessores.ning.com/page/conectivismo-1
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